A vida é um quadro vazio, por mais paradoxal que pareça.
Todos os dias uma tela banca se descortina junto com o sol.
Abrimos os olhos já com pincéis e tintas na mão.
O que pintar, que cores usar, depende de nós.
Carregar nas tintas, sombrear, pintar um sol luminoso, mesmo que lá fora chova, depende de nós.
Cada um dá à sua tela as cores ou sombras que quiser.
Não adianta esperar pela inspiração.
A tela em branco espera e precisa das cores das tintas.
Quando a ausência é forte, o branco impera.
O azul de um céu radiante denota a esperança.
Que a gente pensa que é verde, mas pode ser de qualquer cor.
A esperança vem no alaranjado do sol, ou amarelado, depende da intensidade da luz.
Vem na nuvem branquinha, flutuante, mostrando que ela é móvel, vai para onde o vento quer.
E o vento da alegria levanta a pipa colorida pelo céu afora.
O vento não tem cor, mas aparece no movimento.
As cores se movimentam na tela, dependendo do que queremos viver.
A vida é toda ela uma incógnita, uma vela branca ao sabor do vento.


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