Como superar as adversidades
Um dia um homem, andando pelo campo, avistou um casulo, com um pequeno buraco, se movendo. Ele se sentou em cima duma tora de madeira e começou a observar durante horas a fio a borboleta se esforçando para fazer o seu corpo passar através daquele pequeno orifício. De repente ela parou de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe possível, até o limite de suas forças.

Então o homem decidiu ajudar a borboleta: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu com facilidade. Mas o seu corpo estava murcho, pequeno e estava com as asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta, porque ele julgava que, a qualquer momento, as suas asas se abririam e ela sairia voando. No entanto, nada disso aconteceu. A borboleta passou o resto da vida rastejando pelo chão com um corpo murcho e as asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.

O homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não sabia que o casulo apertado e o esforço da borboleta para passar através da pequena abertura, faziam com que o fluído do corpo da borboleta fosse para suas asas e, deste modo ela estaria pronta para voar.

Algumas vezes é justamente o esforço que precisamos em nossa vida. Se Deus permitisse que passássemos a vida toda sem qualquer obstáculo, nós nos tornaríamos aleijados, espiritualmente atrofiados. Nós não iríamos nos tornar tão fortes como deveríamos e nem alçar vôos como Deus espera que façamos.

São os ventos fortes que agitam as árvores, que fazem com que as suas raízes se aprofundam. São as grandes quedas de água que geram energia nas turbinas elétricas. São os exercícios físicos que tornam os atletas resistentes. E são as provações, as dificuldades e os obstáculos da vida que tornam os cristãos fortes, espiritualmente maduros e preparados para a luta. Diz o apóstolo Paulo: “Também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e esta aprovação cria a esperança” (Romanos 5.3).

Por isso Deus, às vezes, permite que passemos por provações. Por isso Deus nem sempre atende as nossas orações como desejaríamos. Freqüentemente pedimos uma coisa e Deus nos dá uma coisa, totalmente diferente. É como disse alguém: “Eu pedi força, e Deus me deu dificuldades para me fazer forte. Eu pedi sabedoria, e Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi prosperidade, e Deus me deu força para trabalhar. Eu pedi coragem, e Deus me deu perigo para superar. Eu pedi amor, e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi favores, e Deus me deu oportunidades para trabalhar”.

E ele então conclui, dizendo: “Eu não recebi nada do que pedi, mas recebi tudo o que precisava”. Esta deve ser a experiência de todo o verdadeiro filho de Deus.

Aprendamos, pois, a exemplo da borboleta, a extrair força da fraqueza, sabendo que o esforço é necessário para desenvolver as nossas virtudes; e que, quando estamos fracos, então é que somos fortes, porque, conforme a Palavra de Deus, o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12.9-10).

Lindolfo Pieper

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