A XÍCARA mensagem: "a xicara"
Quando eu era menina, costumava visitar minha avó nas tardes de
sábado. De certa feita fui vê-la, como de costume, porém eu estava
preocupada e aborrecida. Ela estava lidando com suas plantas no
jardim, e, ao ver-me, percebeu logo que alguma coisa estava
acontecendo. Interrompendo seus afazeres, convidou-me a entrar,
dizendo:
-Vamos até à cozinha, hoje fiz uma receita nova e quero que você a experimente.
Não me entusiasmei muito com o doce e terminei contando-lhe, muito
queixosa, o que vinha me acontecendo. Segundo a minha narrativa eu
tivera uma grande decepção que, provavelmente, iria estragar o resto
de minha vida.
Vovó ouviu-me atentamente, sem fazer nenhum comentário. Quando
terminei, ela ergueu-se, tomou uma xícara e encheu-a de água pela
metade. Colocou-a à minha frente e me perguntou:
— Diga-me, minha filha, esta xícara está meio cheia ou meio vazia?
— Está… tanto uma coisa quanto a outra, respondi devagar sem prever
aonde ela chegaria.
—É isso mesmo. Tanto se pode dizer que está cheia, como vazia!
disse-me ela. E prosseguiu: Da mesma maneira, filha, nunca podemos
dizer se nossa vida está meio cheia ou meio vazia. Todos nós temos o
nosso quinhão de tristezas e de alegrias. Mas a nossa vida só é feliz
conforme a maneira pela qual encaramos as coisas. Tudo depende de nós.
Podemos estar sempre a lamentar porque a xícara está meio vazia, ou,
pelo contrário, nos alegrarmos porque a xícara está meio cheia.
E, até hoje, quando sofro a tentação de queixar-me da sorte, lembro-me
daquela xícara da vovó, que me ensinou como encarar as coisas. Na vida
há tristezas e alegrias, mas a xícara nunca está completamente cheia.
Tudo, depende de como a vemos…
Do livro "E para o resto da vida", de Walace Leal V. Rodrigues
serviu para mi de liçao muito obrigado.
obrigado vera dos anjosss