O tempo
O tempo é um argucioso jogador. Aposta sempre nele mesmo. Infindo egocentrismo. E, enquanto ele colhe os frutos de suas próprias vitórias, a vida, ainda que gloriosa, excêntrica e venerável, vai perdendo suas vitalidades, emagrecendo seus recursos e minguando suas energias até o dia em que, totalmente incapaz frente à tão ávido e sortudo jogador, ela entrega todas as suas fichas, despede-se do tempo e resigna-se à sua imutável capacidade de não mais existir. Mas, antes do desaparecer, meio graciosa e muito agradecida, ela olha para o seu adversário, resgata a memória de toda a sua caminhada, abre um contagiante sorriso e, com o último suspiro de sua essência sussura no coração do tempo um enfático “Obrigado”. (Tadany – 27 03 11)
Tadany. Pensamento 785.
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