Existe felicidade?

Se ela realmente existe, nos remete a uma outra pergunta, Eu sou feliz?
Para tentar responder a primeira pergunta podemos usar um pouco da teoria reversa, se a felicidade não existe, por que a procuramos tanto? Logo, se procuramos por alguma coisa, esta deve certamente existir…

Na segunda pergunta devemos tomar mais cuidado antes de tentar responder e refaze-la sob um outro ângulo temporal “Eu estou feliz?” Com essa pequena variação na pergunta retiramos o fator perenidade da 2a pergunta, pois estar feliz indica algo temporário e ser feliz algo permanente.

Acredito que a felicidade está presente em nossas vidas de uma forma inconstante, através de altos e baixos, e seria utópico imaginar um estado de felicidade plena, por isso costumamos ter momentos de felicidade.

Antigos filósofos romanos tinham duas receitas muito interessantes para a felicidade.
Uma delas consiste em desejar menos. Se nós partimos do pressuposto de que a infelicidade está ligada em boa parte à insatisfação, funcionaria mais ou menos assim, a pessoa vai se frustrar menos e, em tese teria mais chances de ficar feliz, é uma boa tática, mas nos leva a adquirirmos uma atitude medíocre e conformista diante da vida.

Já a segunda receita seria desejar e realizar esses desejos, esta mais ousada parte da premissa básica que devemos conquistar a felicidade.

Em ambas receitas percebemos como o fator “frustração” é tóxico á felicidade.
Correntes mais modernas da psicologia defendem que a satisfação das ambições materiais não garante felicidade, eles provaram a tese de que a sensação de competência no que se faz, atividades profissionais, pessoais, familiares, e sociais contribuem muito mais para felicidade.

Enfim a felicidade é uma soma de diversos fatores como o equilíbrio emocional, espiritual, corporal, social e psíquico… Tudo isso faz a pessoa se sentir bem na vida. Ser feliz é uma atitude constante, permanente, mesmo no meio de grandes dificuldades.

Sêneca, o sábio romano, afirmou: “Um homem pode governar o mundo inteiro e continuar infeliz, se não sentir que é supremamente feliz”.

Alfred Montapert, em “A Suprema Filosofia do Homem” pergunta, Que beleza existe no mundo em que vivemos? Ele é tão belo quanto a sua atitude mental. Resolva ter uma atitude feliz, confiante, enérgica, positiva, entusiástica. A disposição interior, mais que qualquer outra coisa, dá a perspectiva adequada e a faculdade necessária para resolver qualquer situação, cada pessoa tem uma tendência para uma atitude construtiva ou negativa, manter pensamentos positivos requer vigilância constante e desenvolvimento do caráter através do estudo e da experiência.

Já Bertrand Russell, em “A Conquista da Felicidade” diz que a felicidade que satisfaz verdadeiramente é acompanhada pelo completo exercício das nossas faculdades e pela compreensão plena do mundo em que vivemos.

Até Arthur Schopenhauer o filósofo mais pessimista da historia em “Aforismos para a Sabedoria de Vida” salienta que: “Cada um deve ser e proporcionar a si mesmo o melhor e o máximo. Quanto mais for assim e, por conseguinte, mais encontrar em si mesmo as fontes dos seus deleites, tanto mais será feliz. Com o maior dos acertos, diz Aristóteles: A felicidade pertence aos que se bastam a si próprios. Pois todas as fontes externas de felicidade e deleite são, segundo a sua natureza, extremamente inseguras, precárias, passageiras e submetidas ao acaso; podem, portanto, estancar com facilidade, mesmo sob as mais favoráveis circunstâncias; isso é inevitável, visto que não podem estar sempre à mão”.

Se continuarmos pesquisando teremos centenas de referencias sólidas embasando que a felicidade é ligada ao seu comportamento e não ao mundo externo, apesar de que obviamente é influenciada por ele, mas o “fator felicidade” está em nossas atitudes em como enxergamos o mundo que nos rodeia, por isso a felicidade é tão relativa e pessoal.

Para sermos realmente felizes precisamos de autoconhecimento, senão corre-se o risco de oscilarmos entre efêmeros períodos de felicidade e tristeza, semelhantes á uma ressaca, de dia o mundo é o melhor lugar para se viver, já de noite… Estas oscilações apenas demonstram o quanto estamos longe da verdadeira essência da felicidade, não existe maior infortúnio pessoal do que o vazio existencial. Não existe maior riqueza do que a alegria interior nas pequenas coisas.
Devemos ter metas e ideais concretos, pois “O homem é um poço infinito, que infinitos finitos não podem preencher, só o infinito”.

Não se deixe envolver por sonhos coletivos de felicidade, crie e semeie o seu próprio ambiente de felicidade interior e levo-o com você aonde for, porque se a felicidade realmente existe, ela está dentro de você.

Solemio

2 thoughts on “Existe felicidade?”
  1. concordo em todos os itens + não queria felicidade fosse assim.ass.lucia mota

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